História dos Irmãos em Portugal

PIONEIROS EM PORTUGAL 

Em Portugal vários homens e mulheres confiaram totalmente em Deus e através do seu exemplo foram pioneiros na educação, na justiça, no empreendedorismo e no desenvolvimento social, económico, cultural e religioso do país.


ELLEN ROUGHTON (1802-1883) 

Era a esposa de um famoso comerciante inglês que residia em Lisboa. Em 1860, depois da morte do marido e inspirada no modelo de ensino que Robert Reid Kailey implementou na Madeira, abriu uma escola protestante. Pela primeira vez crianças pobres da capital tiveram acesso à educação. Esta escola despertou acesos debates entre os deputados das Cortes e inspirou Frederica Smith, Archibaid Turner e Diogo Casseis a replicarem o modelo de ensino em outros pontos do país. A senhora Ellen possuía uma impressionante rede de contactos que encorajava os poucos cristãos evangélicos em Portugal e apoiava os colportores da Sociedade Bíblica, ao mesmo tempo que mantinha informados outros o cristãos no Brasil e em Inglaterra sobre as necessidades do país e o progresso do Evangelho. O seu filho Francis tornou-se o primeiro agente, em Portugal, da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. A senhora Roughton trocava correspondência regular com Spencer e Chapman, fi guras destacadas do Movimento dos Irmãos, vindo a aderir aos princípios destas Assembleias. Robert Moreton dizia que “Ela começou quando ninguém mais ousava fazer alguma coisa e durante muito tempo esteve só”. Ellen Roughton é um marco de fé para as gerações futuras.


RICHARD HOLDEN (1828-1886) 

Era um teólogo formado no Seminário de Ohio, nos Estados Unidos da América. No Brasil foi missionário da Igreja Episcopal e agente da sociedade Bíblica Americana. A influência doutrinária de John Nelson Darby e a simplicidade de culto que existia nas Assembleias dos Irmãos levaram-no a descobrir uma nova forma de estar no cristianismo. Renunciou ao cargo de co-pastor na Igreja fundada por Robert Kailey no Rio de Janeiro e regressou a Inglaterra. As notícias que lhe chegavam de Portugal, através dos contactos que mantinha com Ellen Roughton, Spencer (cunhado de Kailey) e George Mackrow, despertaram a vontade de responder às necessidades de ensino bíblico sistemático e de assistência espiritual aos portugueses. Aceitou o desafio para servir como missionário em Lisboa, tendo viajado para Portugal em 1876. Nesse ano editou uma colectânea com hinos espirituais da sua autoria e escreveu diversos livros em português sobre a organização da igreja e a vida cristã. No mesmo ano abriu uma Missão na Calçada de São Francisco, em Lisboa. Em 1877 inaugurou a primeira Casa de Oração das Assembleias dos Irmãos, na Travessa da Fábrica das Sedas, nas Amoreiras, em Lisboa.


CHARLES ALBERTSWAN (1861-1934) 

Era uma alta patente do Exército Inglês. Desde jovem ficou fascinado pela vida e obra do explorador e missionário David Livingstone, mas foram as experiências missionárias de Frederick Stanley Arnot que o levaram ao continente africano. Em Angola, a amizade que estabeleceu  com o régulo tribal do Catanga determinante para ser o mediador entre os nativos e as tropas euro peias que ocuparam o território e o anexaram ao Congo. A sua elevada capacidade de diálogo evitou uma guerra e em reconhecimento recebeu uma condecoração do rei da Bélgica. Em África aprendeu a falar português e exerceu um importante trabalho na evangelização da colónia lusa tendo escrito um livro sobre a escravatura em Angola que mereceu a atenção do monarca D. Manuel II. Em 1905 fixou residência na antiga Porcalhota (Amadora) onde abriu uma Missão. Em 25 de Agosto de 1907, juntamente com MacGregor, inaugurou a Casa de Oração na Travessa de Santa Catarina, em Lisboa. Percorreu o país e foi um dos pioneiros na evangelização dos Açores. Durante a I Guerra Mundial prestou assistência espiritual aos soldados portugueses que em Inglaterra eram treinados no manejo de artilharia pesada.


STUART EDMUND McNAIR (1867-1959)

Era formado em Engenharia Civil e tornou-se um dos teólogos com maior influência na língua portuguesa, sendo um profundo conhecedor dos textos bíblicos nas línguas em que foram escritos. Em 1891 trocou Inglaterra por Portugal tendo respondido a uma oferta de emprego para desenhador mecânico na Carris de Ferro, em Lisboa. Durante algum tempo ficou hospedado na casa de Catherine Holden (viúva de Richaro Holden), conhecendo George Howes, com quem viria a desenvolver uma importante parceria no trabalho missionário transcultural. Três anos mais tarde partiu para o Brasil onde se notabilizou como hinólogo (escreveu mais de 180 hinos espirituais), pregador, comentador bíblico (autor da Bíblia Explicada e do Pequeno Dicionário Bíblico, entre muitas outras obras literárias) e fundador de igrejas. Mais tarde regressou a Portugal para evangelizar os estudantes universitários sendo um dos pioneiros do trabalho evangélico em Coimbra e em Aveiro. Espanha e Argentina foram outros países que beneficiaram da vida e obra deste missionário. 


GEORGE HOWES (1873 1945)

Era um missionário com uma visão transcultural e que fascinava os jovens com a perspectiva da iminente Vinda de Cristo. Dedicou-se à impressão e distribuição gratuita de literatura evangélica, tendo oferecido mais de três milhões de folhetos. Obreiro de referência na igreja local que se reúne nas Amoreiras, em 1902 iniciou as primeiras reuniões de trabalho evangélico em Almada, tendo recebido ameaças e sido apedrejado pela população local. Desde e 1903, e durante 27 anos, editou o e almanaque cristão Leituras Bíblicas; o trabalho que desenvolveu nas prisões foi determinante para a conversão de Alves dos Reis (ainda hoje considerado o maior burlão da história portuguesa). Profundo conhecedor das Escrituras foi, juntamente com McNair, um dos pioneiros da evangelização de Portugal e do Brasil.


JOSÉ ILÍDIO FREIRE (1892-1982)

Era considerado um amigo de Deus. Levantava-se todos os dias às quatro e meia da manhã para passar duas horas em meditação nas Escrituras e em oração. Em 1920 trocou um bom emprego de guarda-livros na casa Street para se dedicar a tempo inteiro à causa missionária, sem ter a garantia de qualquer salário. Obreiro incansável na implementação de uma forte visão missionária na congregação das Amoreiras, foi ainda fundador de igrejas e colportor. Percorreu o país para vender Bíblias, anunciar o Evangelho e distribuir métodos para aprender a ler, em lugares onde predominava o obscurantismo. Sofreu perseguições. Foi apedrejado por católicos fanáticos e até alguns padres gritavam “Mata-o que é protestante!”. O seu nome está ligado à abertura de dezenas de pontos de pregação espalhados pelo país, que mais tarde se tornaram igrejas de diferentes tradições evangélicas. Iniciou trabalhos que envolviam centenas de crianças pobres e prestou assistência espiritual nas prisões, onde se converteram muitos reclusos com quem manteve correspondência ao longo de anos. Durante décadas editou a revista Alimento Espiritual e publicou e distribuiu milhares de exemplares de literatura evangélica. Este pioneiro da evangelização itinerante foi um dos fundadores da Convenção Beira-Vouga e da Convenção do Carrascal.


NASCIMENTO DE JESUS FREIRE (1897-1995)

Era o modelo de um missionário nas mãos de Deus. Nasceu no dia de Natal e o pai deu-lhe o nome de Nascimento de Jesus. Ainda jovem percorreu o Vale do Vouga, vendendo Bíblias e anunciando o Evangelho. Nos Açores, com o missionário Kenneth Leslie Cox, inaugurou a Casa de Oração em Água D’Alto, sendo necessário protecção de um cordão policial, tal era o fanatismo e a perseguição da época. Em 1932 partiu para Moçambique onde permaneceu 44 anos, sem nunca ter um salário ou outra garantia de sustento regular. Estabeleceu um Depósito Bíblico e fundou igrejas em Maputo, Beira e outros lugares. Nascimento de Jesus ia onde os outros missionários não ousavam penetrar. Fez viagens pelos rios montado em troncos de árvores. Dormiu em palhotas rodeado de cobras e mosquitos. Andou dias inteiros a pé pelas florestas com uma lança ao ombro. Enfrentou inúmeros perigos para levar o Evangelho aos lugares mais remotos da selva africana. Em duas semanas baptizou mais de 1500 pessoas nos rios de Moçambique. Homem íntegro e de elevado zelo pelas coisas espirituais, rejeitou uma herança de uma senhora de Ílhavo, de modo a que a sobrinha descrente não tivesse motivo para que o Evangelho fosse objecto de escândalo.


ERIC HAROLD BARKER (1899-1989)

Era um homem que vivia para agradar a Deus. Depois de sair da Marinha conseguiu um bom emprego num banco de Londres. Desde muito novo sentiu o desejo de anunciar o Evangelho e de ser missionário em África. O seu pai tinha visitado a Península Ibérica e contara-lhe das necessidades de obreiros em Portugal e Espanha. Com 21 anos decidiu vir para Portugal. No bolso trazia apenas uma oferta de 10 libras que serviu para pagar a viagem. Sem conhecer a língua e sem ter qual quer promessa para o seu sustento, foi assim que Eric Barker chegou a Portugal. Fixou residência em Cacia e mais tarde na Foz do Douro, sendo um dos missionários que abriu mais trabalhos evangélicos no Norte do país. Durante anos viajava de Cacia para a Foz, onde era contabilista na casa Graham, e à noite anunciava as Boas Novas. Em 1941 a família embarcou no navio Avoceta com destino a Inglaterra, mas ao largo dos Açores o barco foi alcançado por um torpedo lançado por um submarino alemão, tendo-se registado 123 mortos, entre passageiros e tripulantes. Eric Barker perdeu a esposa, os sete filhos, a irmã, três sobrinhos e o sogro, mas a sua vida não foi ao fundo e continuou a emergir nas mãos de Deus.


FRANK SMITH (1911-2003)

Era um jovem que frequentava aulas bíblicas desde o ensino primário. Passava sempre nos exames, mas nunca tinha experimentado um encontro pessoal com Jesus Cristo. Converteu-se no alto-mar quando estava a trabalhar num porta-aviões e um missionário que tinha passado pela Índia o levou a ter um encontro com O Salvador. Em 1936 veio para Portugal a convite de Viriato Sobral, com quem trabalhou afincadamente na pregação do Evangelho no Palhal, Senhorinha, Ílhavo e Albergaria-a-Velha, numa época de intensa perseguição religiosa. Abriu uma Casa de Oração em Estarreja, mas foi na região de Coimbra, onde viria a fixar residência e a criar uma equipa de missionários, que o trabalho evangélico mais prosperou, tendo fundado várias igrejas. A extrema humildade, a forma simples como explicava as verdades bíblicas. O profundo conhecimento das coisas espirituais e a enorme dedicação à causa do Evangelho, colocam Frank Smith na galeria dos heróis da fé que um dia passaram por Portugal. 


JOSÉ ANTÓNIO ROSA DIAS BRAVO (1935-2003)

Era um dos magistrados mais eminentes da sua época. Foi Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça e Vice-Procurador Geral da República. Desde jovem acompanhou os pioneiros José Ilídio Freire e Luís Paiva na evangelização do distrito de Lisboa, tendo sido perseguido pela P.I.D.E. e apedrejado por uma multidão enfurecida quando distribuía folhetos. Orador influente e mediador por excelência, sabia estar com a mesma postura, tanto entre as maiores individualidades como no meio dos mais simples. Ao assumir o cargo de Presidente da Aliança Evangélica Portuguesa conseguiu unir as diferentes sensibilidades denominacionais e catapultou a Comunidade Evangélica para um patamar de reconhecimento público nunca antes alcançado. O seu prestígio no exercício da magistratura, a sua integridade ao longo da vida e a sua fé inabalável em Deus foram determinantes para a aprovação da Lei da Liberdade Religiosa. Foi agraciado pelo Presidente da República com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Cristo e, a título póstumo, foi-lhe atribuída a Medalha de Ouro do Município de Alandroal. Dias Bravo era um homem cuja vida foi inteiramente dedicada à justiça de Deus e dos homens. 


VIRIATO DIAS SOBRAL (1908-1992)

Por amor a Cristo, ao Qual entregou a sua vida, percorreu muitos quilómetros. E fê-lo, para que a mensagem da salvação pudesse chegar a muitos, pecadores como ele o fora outrora. Viriato Dias Sobral tinha cerca de 17 anos, quando se tornou uma alma nascida de novo nos Estados Unidos da América. E esse acontecimento teve lugar longe da sua terra natal: Branca, no distrito de Aveiro. O Senhor Jesus Cristo entrou na sua vida, quando ele se encontrava nos Estados Unidos da América, para onde emigrara, a fim de trabalhar. 

Regressou mais tarde à casa natal, onde foi bem recebido. Ainda nesse mesmo dia, expôs a seus pais o caminho da salvação com toda a clareza. Poucos dias depois, a sua irmã Madalena converteu-se.  Começou então a evangelizar aquela zona. Por indicação do irmão José Ilídio Freire, reactivou as reuniões no Palhal e na Senhorinha. Deslocava­-se sempre a pé, dado não possuir sequer uma bicicleta. Demorava cerca de três horas da Branca à Senhorinha. Este trabalho, havia sido iniciado pelo irmão Marques Pereira, que muito sofrera a evangelizar aquelas almas. Este irmão era gerente de escritório nas minas do Braçal, e no seu único dia livre, o Domingo, passava por aquelas aldeias em redor da Senhorinha com folhetos, a evangelizar. Muitas vezes, ao fazê-lo, fora perseguido e até apedrejado. O irmão Marques Pereira encontrava-se agora paralítico, e como tal, não podia deslocar-se, não havendo mais ninguém para o fazer. 

Entretanto o irmão Sobral recebe uma carta de Inglaterra, dum crente chamado Frank Smith, que tinha ouvido falar dele. Sentindo que era da vontade de Deus vir para Portugal como missionário, queria saber se era possível vir para junto dele. Quando o irmão Sobral perguntou à mãe se o irmão Smith podia vir para casa deles, ela respondeu-lhe: "Ó filho, se ele é como tu, pode com certeza!" Passaram a deslocar-se juntos na evangelização e para as reuniões. Foi neste período, que certo dia, durante uma reunião no Palhal, a porta foi apedrejada e até um tiro dispararam contra ela, sem consequências para ninguém. 

Passado cerca de um ano da chegada do irmão Smith, e depois de ter aprendido a língua progressivamente, a sua noiva, professora inglesa, veio ter com ele. O irmão Sobral acompanhou-os quando, depois de se terem casado, mudaram para Estarreja. Haviam come­çado aqui um novo trabalho, que por sua vez levaria à abertura dum outro. Ficou-se a dever a um irmão chamado Roque, que tendo-se convertido em Estarreja, mas sendo natural do Silveiro, os convida para irem a sua casa falar de Cristo. Isto irá dar origem a reuniões familiares, que se tornarão públicas numa casa velha, à qual sucederá um salão instalado numa casa comprada para tal.  Tinha-se iniciado também, por esta altura, um trabalho em Albergaria-a-Velha. 

Binder, que se encontrava na Alemanha, entrou novamente em contacto com ele. Es­creveu-lhe a dizer que gostava de vir para Portugal. Isso aconteceu alguns meses depois. 

Entretanto o irmão Sobral, casou-se num sábado com a Ruth. A lua de mel não existiu, do mesmo modo que não existia dinheiro. Viviam pela fé. 

Por causa do casamento a irmã Ruth sofreu um verdadeiro anátema por parte da assembleia donde era originária - Brave Hill. Ela participou­-lhes que tencionava casar-se com o irmão Sobral. De lá, escreveram-lhe que não animavam a sua juventude a casar com estrangeiros. Foi o irmão Sobral que redigiu a resposta. Nela, relembrava-lhes o que acontecera a Miriam, quando o seu irmão Moisés se casara com uma negra. Ha­vendo-o criticado por isso, Deus castigou-a com a lepra. Os ingleses, muito ciosos da sua nacionalidade, cortaram definitivamente a ajuda que até ali concediam à irmã Ruth. Mesmo as amigas, que ficaram lá, deixaram de lhe escrever.  Nunca em momento algum depois disso, a irmã Ruth se lamentou de ter casado. Sabia que havia sido essa a vontade do Senhor. 

Até ao momento em que o irmão Binder regressou à Alemanha - andava a sentir-se mal do coração e queria consultar um especialista - deslocavam-se sempre juntos. Foi nesse período, que a obra conheceu um novo desenvolvimento. Novos lugares de pregação abriram as portas: Cacia, S. João da Madeira, Ovar e Espinho. 

É para Espinho que, algum tempo depois, o irmão Sobral e esposa se mudariam - ponto "estratégico" para poderem ficar mais perto de todos os trabalhos. Continuaram a espalhar o Evangelho, o que nem sempre foi fácil.  Em muitos locais, como as Fontaínhas, sujeita­ram-se a gritos, insultos, pedradas, vidros partidos e fezes de animais atiradas contra o salão. Apesar das pessoas não compreenderem o que isso era, continuavam a viver por fé.  Mantinha-se entretanto a permuta com o irmão Smith. Este deslocava-se ao Norte para pregar, e o irmão Sobral ia até Coimbra. 

Desenganem-se todos aqueles que pensam que por cá, ninguém foi preso por pregar o evangelho. Isso aconteceu a alguns, inclusive ao irmão So­bral, no tempo do regime salazarista. Foi libertado com a ordem de não pregar, mas ele anunciou o Evangelho naquela mesma noite. 

A sua existência foi uma vida cheia de trabalho, em nome do Senhor. Também a ele se ficaram a dever outras assem­bleias: Oleiros, Gulpilhares, Santiago de Riba­-Ul, Cucujães e Esmoriz. Ele ajudou muitos a erguerem-se como obreiros. À semelhança do que lhe ha­viam feito a ele nos Estados Unidos, sempre que via algum irmão com dom, ajudava-o, incentivava-o. Chegou a fazer reuniões particulares em sua casa, com os que tinham dom. Assim, com a sua supervisão e orientação, apoiavam-se e cri­ticavam-se (construtivamente) uns aos outros. 

A casa que o Senhor lhe concedeu teve ainda outras utilizações. Por lá passaram muitos missionários, e também crentes a darem os seus primeiros passos. Foi o caso, entre outros, do irmão José Fontoura. Viveu com eles quatro anos, após abandonar o trabalho secular e se dedicar a tempo inteiro ao Senhor. 

Foi também em sua casa que começaram - por volta de 1967 - as reuniões de jovens. Estas reuniões tiveram início como forma de juntar num só lugar os jovens oriundos de diferentes assembleias locais. 

Pela cave da sua casa, local onde se faziam estas reuniões, e durante largos anos, muitas almas passaram por ali. Não poucas vezes, e apesar de existirem perto de 80 cadeiras, fica­vam pessoas de pé e sentadas nos degraus da escada. O seu testemunho era poderoso, e por ele muitos foram influenciados. Grande número de crentes cresceu com ele no conhecimento da Bíblia. 

Homem de Deus como era, nunca aceitou nenhum dos convites que ao longo dos anos algumas denominações lhe dirigiram. A sua posição no meio da Cristandade era apenas uma: ajudar os crentes a compreenderem que aqueles trabalhos não tinham denominação porque eram crentes que se reuniam para o nome do Senhor Jesus Cristo. Procurou sempre ensinar, sem impor.  

© Pedro 2018