No mundo dito “cristão" todos sabemos que o cristianismo ao longo de sua história de mais de 2.000 anos se afastou dos ensinos de Jesus Cristo e dos Apóstolos e viu-se envolto em diversas polémicas que afetaram profundamente os seus seguidores (e.g., Cisma do Oriente, no século XI e Reforma Protestante, no século XVI).
Estas reformas surgiram na sequência de práticas estabelecidas pela Igreja Católica que por muito tempo influenciou e controlou os seus fieis, e.g., comércio de relíquias sagradas, venda de indulgências, monopólio da leitura da Bíblia - escrita somente em Latim (pois assim a Igreja evitava interpretações em relação ao texto sagrado que não se encaixavam com o pensamento do alto escalão do clero.)
E foram vários os motivos religiosos que determinaram um descontentamento em relação à Igreja Católica, nomeadamente:
- Corrupção do clero religioso: para ganhar dinheiro, o alto clero de Roma iludia a boa fé das pessoas através do comércio de relíquias sagradas. Milhares de pessoas eram enganadas comprando espinhos que coroaram a fronte de Cristo, panos embebidos pelo sangue do rosto do Salvador, objetos pessoais dos santos etc. Além desse Comércio fraudulento, a Igreja passou a vender, também, indulgencias, isto é, o perdão dos pecados. Mediante um bom pagamento, destinado a financiar obras da Igreja, os fiéis poderiam comprar a salvação e a entrada para o céu.
- Ignorância do clero: a maior parte dos sacerdotes desconhecia a própria doutrina católica e demonstrava absoluta falta de preparação para funções religiosas. A ignorância e o mau comportamento do clero representavam sério problema, pois a Igreja dizia que os sacerdotes eram os intermediários entre os homens e Deus.
- Aumento dos estudos religiosos: com a utilização da imprensa, aumentou o número de exemplares da Bíblia que podiam chegar às mãos dos estudiosos e da população. A divulgação dos textos sagrados e de outras obras religiosas contribuiu para o surgimento de diferentes interpretações da doutrina cristã.
Assim surgiu Martinho Lutero (1483 – 1546), que foi o grande idealizador da Reforma Protestante contra as práticas da Igreja Católica. Ao perceber as práticas errôneas realizadas pelos membros do clero, ele resolveu aprofundar seus estudos da Bíblia para ir de encontro à verdade. Inspirado pelo versículo bíblico “O justo se salvará pela fé”, Martinho Lutero iniciou a escrita das famosas 95 teses luteranas. Entre as teses mais importantes, destacou-se, principalmente, a afirmativa da fé cristã como único caminho para salvação eterna e a Bíblia como única fonte para a fé. Essas ideias foram lançadas contra a postura da Igreja Católica que em 1520 excomungou Lutero pelos seus ideais reformistas.
O surgimento de outras religiões foi uma das principais consequências da Reforma Protestante. A Reforma Calvinista na Suíça liderada por João Calvino no século XVI foi um exemplo da influência de Lutero para o surgimento de práticas reformistas contra a Igreja Católica. Posteriormente, destacou-se o Anglicanismo na Inglaterra promovido por Henrique VIII, que rompeu com o catolicismo.
Infelizmente “o que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol.” (ecl. 1:9), e o que se passou nos séculos passados, repete-se hoje na maioria das igreja pós-reforma:
- Corrupção do clero religioso: para não perderem as “suas ovelhas” muitos anciãos evangélicos dão mais importância ao statu quo da sua “Igreja” do que aos ensinos da Palavra de Deus. E excumungam quem pensar ou agir de forma diferente.
- Ignorância do clero: a maior parte dos anciãos não estuda verdadeiramente a palavra, nem quer estudar a Palavra de Deus, preferindo ensinar e seguir aquilo que recebeu por tradição, sem nunca se questionar sobre os ensinos e os sacramentos estabelecidos.
- Aumento dos estudos religiosos: com a utilização dos computadores e da internet o material disponível para estudo da bíblia cresceu exponencialmente, e qualquer pessoa interessada em crescer espiritualmente tem nos dias de hoje ferramentas poderosas ao seu dispor, sem ter de se subjugar aos interesses instituídos e à falta de perseverança no estudo e no crescimento espiritual da sua congregação.
O autor sabe do que fala, pois nasceu e cresceu num ambiente evangélico, dentro da congregação dos irmãos, ouviu a palavra quase diáriamente durante mais de 40 anos e partilhou ideias com muitos irmãos de vários movimentos religiosos, não só em Portugal como no estrangeiro.
Com formação universitária e vários estudos avançados, o estudo da Bíblia surgiu naturalmente e tem-se desenvolvido como uma paixão que se vê resumida neste site de promoção do estudo da Palavra de Deus (Bíblia).
Este site é dedicado aos meus filhos, para que eles nunca se esqueçam do seu Criador enquanto ainda são jovens, antes que venham os dias maus e cheguem os anos em que dirão: “Não tenho mais prazer na vida.” Se lembrem do Criador antes que chegue o tempo em que acharão que a luz do sol, da lua e das estrelas perdeu o seu brilho e que as nuvens de chuva nunca se vão embora. Então os seus braços, que sempre os defenderam, começarão a tremer, e as suas pernas, que agora são fortes, ficarão fracas. Os seus dentes cairão, e sobrarão tão poucos, que eles não irão conseguir mastigar a sua comida. A sua vista ficará tão fraca, que não poderá mais ver as coisas claramente. Ficarão surdos e não poderão ouvir o barulho da rua. Quase não conseguirão ouvir o moinho moendo ou a música tocando. E se levantarão cedo, quando os passarinhos começam a cantar. Então terão medo de lugares altos, e até caminhar será perigoso. Os seus cabelos ficarão brancos, e perderão o gosto pelas coisas.
Nós estaremos caminhando para o nosso último descanso; e, quando isso acontecer, haverá gente chorando por nossa causa nas ruas. A vida vai se acabar como uma lamparina de ouro cai e parte, quando a sua corrente de prata se quebra, ou como um pote de barro se despedaça quando a corda do poço se parte. Então o nosso corpo voltará para o pó da terra, de onde veio, e o nosso espírito voltará para Deus, que o deu.
É ilusão, é ilusão, diz o Sábio. Tudo é ilusão. (Eclesiastes 12)